O Garoto da Casa Verde IV

 
Quando se é criança sente o tempo passar muito rápido.
       Principalmente eu uma garota que vivia nas minhas imaginações e fantasias, às vezes tinha que passar pela rua da sua casa, mas eu fazia tão rápido que mal tinha tempo de ficar olhando e observando e com o tempo, mesmo nas minhas fantasias de Alice do País das Maravilhas, estava perdendo a graça, de imaginar como seria tê-lo comigo, por que quando a realidade se é mostrada a fantasia com o tempo começa a perder o sentido.
       As pessoas dizem que um ano é muito pouco tempo para se crescer, mas as mudanças que começava a sentir em meu corpo os hormônios começam a agir, bunda e seios começam a crescer. Perto da porta do meu quarto tem uma especie de hachura de madeira, a qual eu marcava de caneta uma vez por semana o quanto tinha crescido e por impressionante que possa ser, eu estava crescendo muito rápido aquele ano e junto vem à primeira menstruação e com a ajuda da minha mãe, me orientando e ajudando depois de alguns primeiros meses irregulares tudo estava começando a facilitar, já anotando as semanas e o pouco fluxo que tinha.
       Deixei o meu cabelo crescer os cachos com o peso começaram a abrir, não que eu tivesse realmente observado e que minha mãe e todos ao meu redor comentavam, diziam que estava ficando mais bonita, não que eu achasse isso relevante, apesar de ter passado um ano, ainda viva em meu "mundo", nas minhas histórias e não imaginava que um dia isso pudesse mudar. Cada dia, em cada aula que eu achava fácil e não conseguia me concentrar estava em alguma história ou aventura diferente, já fui de anjo com asas a uma sereia descobrindo oceanos com ele, anotando tudo em meu diário.
       Certo dia à tarde quando estava voltando da escola, com minha simples trança de lado e um macacão jeans de alça com minha regata branca, passei ao lado da sua casa para poder entrar na minha rua.
         E para a minha surpresa ou não ele estava na janela do seu quarto provavelmente se trocando, por que assim que ele tirou sua camisa branca, acho que ele não estava se importando com a janela aberta, o fato é que ele tinha mudado também, não sei se ele estava crescendo como eu, ou se tinha começado a fazer alguma espécie de esporte ou academia, só sei que eu via os músculos fortes e definidos das suas costas e de seus braços. Eu não sei o que estava acontecendo comigo, eu sempre o achei bonito, mas era uma coisa boba, por ser diferente do meu bairro e pelas histórias que eu criava, mas pela primeira vez ele despertou algo em mim totalmente diferente do que eu já tinha sentindo antes.
         Era como seu eu tivesse algo diferente dentro do meu corpo que por algum motivo estava começando a despertar, alguma espécie de fogo interno.
          A minha vontade era de conversar com ele saber mais sobre a seu respeito, por que ele fora muito gentil comigo quando jogamos juntos apesar de ele situar que seu amigo estava gostando de mim, mas eu não tinha coragem e assim que ele vestiu outra camisa no lugar o primeiro pensamento que entrou na minha cabeça era que várias garotas como eu, também gostavam dele e que certamente alguma garota já teria chamado sua atenção.
          Depois do tempo que fiquei parada olhando e observando, tendo os meus pensamentos e sentimentos estranhos em relação a ele, eu corri envergonhada me sentindo a pior pessoa por pensar nele daquele jeito e me tranquei no meu quarto depois do almoço me sentindo quase ofegante, tentando ler algo para despistar os pensamentos. ( Continuação)


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