Anjo da Morte
Eu abro os meus olhos lentamente, minha cabeça está latejando
de dor e não faço a mínima ideia do por que.
Com força levo as minhas frágeis mãos a testa, e não consigo estou presa entre correntes de ferro contra
a parede, minhas pernas estão acorrentadas com força.
Eu tento enxergar ao meu redor, e
está tudo escuro, apenas iluminado por uma vela que fica apagando e acedendo de
vez em quando. Mas era o suficiente para ver uma grande sala, daqueles
casarões de pedra.
O que me assustou de verdade foi ver
o chão cheio de sangue fazendo uma grande poça.
Ao mexer minha mão para
me desfazer das correntes, uma energia sobrenatural tomou conta do meu
braço e fiz uma força, apenas ouvi o tilintar da corrente ser arrancada da
parede de gesso.
Assim que comecei a arrastar a
corrente que estava pressa nos meus braços e na minha perna, comecei a sentir
uma enorme dor nas costas, sentindo sangue nós meus pés descalços e no meu
cabelo escuro como a noite.
Então eu fui colocar a mão nas
costas tentando entender da onde vinha àquela dor que queimava todos os ossos
do meu corpo, me encosto em algo macio e pontudo nas minhas costas, me sentia incomodada, peguei e arranquei mais doeu tanto, como se eu estivesse
esfaqueando a mim mesma, como se estivesse tirando um pedaço de mim.
Quando eu fui ver na direção dos
meus olhos, vi uma pena preta ensanguentada na minha mão suja e preta.
Fui andando sem acreditar no que
estava vendo, até que meus olhos encontraram uma janela grande, antiga de
madeira, com os vidros quebrados, lá fora chovia muito, pingando um pouco de
água em meu rosto.
Incrédula eu me virei,
encontrei os piores pesadelos que já tinha visto na minha vida.
Tinha um monte de corpos amontoados
em vários cantos da sala, braços, pernas, separadas e jogadas sem nem uma
lógica.
Ficava passando aquela fita na
cabeça:
-Fui eu quem
fez isso?
“Quem terá
feito?”
Me abaixei e vi meu corpo todo cheio de sangue.
Eu gritei com todas as forças que o
meu pulmão me permitia.



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